Nota 900 de Maria Luiza Almeida na redação do Enem reforça a urgência do investimento na Educação do Campo

SIMMP

Redação

Compartilhe este conteúdo:

WhatsApp
Facebook
LinkedIn

No interior de Vitória da Conquista, no Colégio Estadual do Campo Cabeceira do Jiboia, uma jovem estudante de apenas 17 anos, Maria Luiza Almeida, alcançou uma conquista digna de orgulho e reflexão. Sua nota de 900 na redação do Enem não é apenas um resultado individual, mas um marco que evidencia a força e a capacidade dos estudantes da educação do campo, mesmo diante de desafios estruturais que persistem e exigem soluções urgentes.

Maria Luiza não teve acesso facilitado aos recursos educacionais que muitos consideram básicos. Moradora de uma área rural, desde o Ensino Fundamental, onde passou pela Escola Municipal Domingos Olímpio, no povoado da Limeira, ela enfrentou as limitações de conexão com a internet, a escassez de materiais didáticos atualizados e a distância de grandes centros urbanos. Contudo, sua disciplina e organização se tornaram armas potentes na superação dessas barreiras. Com apoio familiar, o suporte dos professores e o uso criativo das ferramentas tecnológicas disponíveis, Maria demonstrou que o talento não tem CEP e que os estudantes do campo são igualmente capazes de brilhar.

Entretanto, o protagonismo de Maria e seus mestres poderia ser algo comum e generalizado nas escolas públicas, se houvesse real investimento na qualidade da educação pública. Esse resultado também aponta para a necessidade de refletirmos sobre a situação da educação no campo, que historicamente enfrenta o descaso dos governos. É preciso reconhecer que, em localidades afastadas dos grandes centros urbanos, como as áreas rurais de Vitória da Conquista, há uma carência significativa de infraestrutura, recursos pedagógicos e programas de formação continuada para professores. Esses fatores tornam ainda mais evidente a desigualdade educacional entre o campo e a cidade.

Diante do recente ataque à educação do campo e sobretudo à educação quilombola, com o fechamento arbitrário de 14 escolas, a história de Maria nos lembra da importância da educação do campo e do papel dos professores, que muitas vezes trabalham em condições adversas, mas permanecem comprometidos em garantir um ensino de qualidade. São esses educadores que, com dedicação e criatividade, ajudam a formar estudantes como Maria, provando que a educação é um instrumento transformador.

No contexto de Vitória da Conquista, é urgente que tanto o Governo Municipal quanto o Estadual invistam de forma consistente na educação do campo. Isso significa ampliar a infraestrutura das escolas rurais, garantindo acesso a materiais didáticos atualizados, conexão à internet e transporte escolar digno. Também significa oferecer condições de trabalho justas para os professores, incluindo o cumprimento integral de leis trabalhistas remuneratórias, planos de carreira e formação continuada.

A educação do campo não é apenas uma questão de justiça social, mas de compromisso com o futuro. Como bem demonstrou Maria Luiza, os estudantes dessas regiões são capazes de grandes feitos, desde que lhes sejam dadas as ferramentas necessárias. Sua nota 900 é um alerta de que o potencial existe, mas o suporte precisa ser ampliado.

O Simmp parabeniza e se solidariza com essa jovem, que representa a esperança e a força da juventude do campo, e reafirma seu compromisso em lutar por uma educação pública de qualidade para todos. Que a história de Maria inspire outros jovens e que, juntos, possamos construir um sistema educacional mais justo e igualitário.

Fortaleça o seu sindicato, filie-se!

É rápido, fácil e você ajuda a construir um futuro melhor para os educadores.

Acompanhe nas mídias:

Publicações relacionadas

O Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista (Simmp) marcou presença nos...
Na tarde desta quarta-feira (15), aconteceu no auditório do Colégio Estadual Professora Heleusa Figueira...

Assine nossa lista de transmissão para receber notícias de interesse da categoria.

Newsletter