Seminário “Educação de Jovens e Adultos (EJA) de Vitória da Conquista: um debate necessário” promove reflexões e troca de experiências

SIMMP

Redação

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Na última terça-feira (20), o Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista (Simmp) promoveu o seminário intitulado “Educação de Jovens e Adultos (EJA) de Vitória da Conquista: um debate necessário”, que reuniu professores da EJA da Rede Pública Municipal de Ensino em um evento enriquecedor e dinâmico.

O seminário contou com a presença ilustre do Prof. Dr. Adenilson Souza Cunha Júnior, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), renomado pesquisador na área de Educação de Jovens e Adultos, e da Prof.ª Mª Núbia Sueli Silva Macedo, professora que atuou na EJA da Rede Municipal e que acompanhou de perto a realidade dos alunos dessa modalidade. A participação de ambos trouxe uma perspectiva acadêmica e prática essencial para o entendimento das necessidades e desafios enfrentados na Educação de Jovens e Adultos. A mediação ficou por conta da Prof.ª M.ª Eliane Nascimento, atual presidente do Simmp.

Durante o evento, o Prof. Adenilson apresentou uma palestra aprofundada sobre as questões atuais e as estratégias de ensino voltadas para a EJA, proporcionando aos participantes um conhecimento valioso e atualizado sobre a temática e parabenizou o sindicato pela iniciativa. “O seminário promovido pelo Simmp foi de fundamental importância pra gente pensar a educação de jovens e adultos, tanto numa conjuntura nacional, quanto em nosso município” e trouxe dados importantes sobre o analfabetismo no Brasil. “ São 11 milhões de pessoas não alfabetizadas em nosso país, em torno de 68 milhões de pessoas que não concluíram a Educação Básica, então pensar essa condição é pensar em quais políticas estão sendo direcionadas pra mitigar esse cenário histórico e complexo de analfabetismo, de desigualdades sociais, de recortes econômicos, social, de gênero, que são umas das especificidades do público da EJA”, enfatizou o professor.

O professor também trouxe dados específicos de Vitória da Conquista. “Junto a isso nós refletimos sobre a redução de matrículas e o argumento do fechamento de escolas, então se houve nos últimos anos uma retração de investimento na EJA e consequentemente uma queda de matrícula, gerou ainda mais uma demanda potencial pra EJA, e os dados que são produzidos em parceria com a Universidade Federal de Santa Carina (Ufsc), através do grupo de pesquisa Epeja, que tem feito um mapeamento da demanda potencial da EJA no país tem demonstrado que a demanda potencial é muito grande e em nosso município essa demanda potencial, ela chega a 94.000 pessoas, quase 95.000 que não concluíram a Educação Básica, não concluíram o Ensino Fundamental, e ainda se encontram numa posição de analfabetos ou que apenas lê e escreve. Na verdade esse dado é um cruzamento de informações do banco de dados do TSE e do senso escolar, então a gente têm uma demanda potencial muito grande pela educação de jovens e adultos no nosso município e precisamos desenvolver políticas e estratégias que mapeiem essas pessoas, que localizem onde elas estão, e que a gente possa abrir as portas das escolas para recebê-las, claro que com uma educação de qualidade, com formação de professores com currículo específico para o trabalho pedagógico na EJA, pensando nessas questões e quem são esses sujeitos da EJA”, explicou.

Ao entrar numa sala de aula da EJA, a grande predominância de pessoas pretas e pardas é notória logo de cara. É a cor daqueles que historicamente foram marginalizados, dos mais explorados e o Prof. Adenilson também alerta para isso. “A EJA tem cor, os dados do IBGE mostram que o contingente de pessoas analfabetas são da população negra desse país, então, o evento fomentou um debate pra gente pensar quais são as estratégias, os caminhos da política nacional, do pacto nacional pela alfabetização, pensar que o fator de ponderação do Fundeb relacionado à educação de jovens e adultos aumentou e isso significa que os municípios vão ter um recurso maior pra o trato com a modalidade e todas essas questões foram discutidas de maneira muito proveitosa, e foi um prazer participar desse debate e fiquei muito feliz em ter sido convidado pelo Simmp”, finalizou.

A Prof.ª Mª Núbia Sueli Silva Macedo compartilhou suas experiências e desafios diários como professora da EJA, oferecendo um panorama real das dificuldades e das conquistas vividas no contexto da sala de aula. Ela relatou sua vivência. “A EJA é composta por jovens e adultos que possuem histórias e essas histórias precisam ser reconhecidas para que possamos elaborar projetos levando em consideração essa realidade e essa condição. Não é qualquer jovem e adulto. São jovens e adultos que têm rosto, uma história, uma cor, uma trajetória do campo, da periferia, e existem muitos desafios a serem enfrentados na EJA. Para atender principalmente ao público jovem é necessário desconstruir, ressignificar saberes, valores, convicções para que nós possamos manter esse jovem na escola é preciso quer haja formação específica para professores, que levem em conta esse campo complexo que é a EJA. Formação de professores deve ser contínua e levar em conta os desafios da educação de jovens e adultos no Brasil”, explicou a professora.

Além das contribuições acadêmicas e práticas dos palestrantes, o seminário também foi uma oportunidade para que os professores presentes relatassem suas próprias experiências e trocassem vivências sobre a atuação na EJA. As discussões giraram em torno das necessidades emergentes e dos desafios enfrentados, promovendo um diálogo produtivo e colaborativo entre os profissionais da educação.

O evento foi iniciado com uma performance de hip hop, realizada por Warley Sousa de Oliveira, estudante do 8º e 9º ano da EJA da Escola Municipal Milton de Almeida Santos, que trouxe um toque especial à noite e destacou o talento e a criatividade dos alunos dessa modalidade. Ele falou que seria interessante o EJA ter projetos culturais e artíticos, pois são vários os colegas que sabem desenhar, cantar, pintar etc. A apresentação foi recebida com entusiasmo e serviu como um lembrete da importância de valorizar e reconhecer a diversidade cultural e artística dos estudantes da EJA.

A noite foi marcada por um clima agradável e de camaradagem, com a presença de colegas que compartilharam experiências e reflexões em um ambiente acolhedor. O seminário foi uma oportunidade significativa para fortalecer a rede de apoio entre os profissionais da EJA e para promover uma reflexão aprofundada sobre as práticas e políticas educacionais voltadas para essa importante modalidade de ensino.

O Simmp agradece a todos os participantes e palestrantes que contribuíram para o sucesso do evento e reafirma seu compromisso com a valorização e o aprimoramento da educação de jovens e adultos em Vitória da Conquista.

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