A cena é recente e revoltante: famílias de comunidades rurais de Vitória da Conquista se veem obrigadas a protestar porque seus filhos estão há dias sem frequentar a escola por falta de transporte escolar. O Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista (Simmp) acompanha de perto a situação e denuncia que o problema não é pontual, mas fruto do descaso sistemático do Governo Municipal com a educação.

Na Escola Municipal Rui Barbosa, no distrito de Cercadinho, mães, pais e alunos realizaram protesto após 15 dias consecutivos sem transporte escolar. Sem ônibus, as crianças ficaram em casa, acumulando prejuízos pedagógicos e sendo privadas do direito à educação.

Também na Escola Municipal Fábio Henrique, localizada no assentamento Chapadão (Lagoa do Caldeirão), houve manifestação da comunidade. Uma mãe de aluno destacou a gravidade da situação:
“Educação é direito deles e dever dela [da prefeita Sheila Lemos]. Não é justo que as crianças fiquem sem aula por falta de transporte.”

O desabafo expõe o tamanho do abandono: até mesmo alguns pais e alunos não conseguiram participar do protesto porque não havia transporte para levá-los. Além da regularidade do serviço, a comunidade cobra melhores condições de trabalho e mais qualidade no atendimento aos funcionários que atuam no setor.

Para o Simmp, a ausência de transporte escolar não é um detalhe logístico, mas sim a violação de um direito constitucional. Cada dia sem aula significa a negação de oportunidades e a perpetuação da exclusão social. Enquanto isso, o Governo Municipal demonstra outras prioridades, como o aumento dos salários da prefeita e de secretários, enquanto professores e estudantes sofrem com descumprimento de direitos e falta de estrutura.

O sindicato reforça que não se pode naturalizar que crianças fiquem fora da escola por falta de ônibus. Transporte escolar é obrigação do poder público e precisa ser garantido com qualidade, regularidade e respeito às comunidades.