No próximo sábado, 7 de setembro, o Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista (Simmp) se juntará ao Grito dos Excluídos para uma manifestação crítica sobre o verdadeiro estado da nossa “independência”. A concentração ocorrerá a partir das 10h, na Av. Integração, em frente ao Centro de Atenção Psicossocial – Caps II Djalma Vieira e Silva (antigo gripário).
Este ano, o Grito dos Excluídos marca seu 30º aniversário com o tema: “Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?” Este slogan é um chamado à reflexão sobre a hipocrisia que perpassa a celebração da independência enquanto a verdadeira liberdade continua fora de alcance para milhões. Em um momento que deveria simbolizar emancipação, é essencial questionar: que independência celebramos realmente?
A independência proclamada em 1822, da Coroa Portuguesa, pouco fez para garantir uma verdadeira liberdade para o povo brasileiro. A dura realidade nos lembra que continuamos aprisionados por um sistema capitalista opressor que perpetua a desigualdade. A independência que nos foi vendida não inclui a emancipação da fome, da miséria, do desemprego e da precariedade nos serviços essenciais. Em vez disso, vivemos uma dependência crescente da exploração predatória do agronegócio, da grilagem e do garimpo, que não só ameaçam a vida dos povos originários, mas também devastam nossos biomas e recursos naturais.
Os dados são alarmantes. A concentração de riqueza atingiu níveis grotescos: “A riqueza dos cinco homens mais ricos mais que dobrou entre 2020 e 2023, passando de 405 bilhões de dólares para 869 bilhões de dólares, enquanto 5 bilhões de pessoas empobreceram no mesmo período.” Enquanto isso, políticas sociais são sistematicamente cortadas, evidenciando um desprezo flagrante pela vida das pessoas que dependem dos serviços públicos. A desigualdade e a fome aumentam diariamente, alimentadas por um sistema que prioriza o lucro sobre a dignidade humana.
Além disso, o sistema capitalista continua a sustentar e ampliar o machismo, o racismo, a LGBTfobia e outros preconceitos. Essas formas de opressão são pilares que sustentam a injustiça e a desigualdade social. O Grito dos Excluídos é um grito de resistência contra esse sistema corrupto, que alimenta um ciclo interminável de opressão e exclusão.
A situação em Vitória da Conquista reflete essa realidade distorcida. A classe trabalhadora, especialmente os professores da rede pública municipal, tem motivos concretos para protestar. O governo de Sheila Lemos tem desrespeitado leis municipais e federais, ignorado o plano de carreira dos professores e falhado no pagamento integral do piso do magistério. Além disso, a administração municipal tem negado o cumprimento da Atividade Complementar (A.C.), cometido erros nos contracheques e perpetuado a perseguição e o assédio moral contra os educadores.
A gravidade da situação é exacerbada pela recente aprovação da PEC 66 no Senado, que propõe a substituição dos sistemas previdenciários estaduais e municipais pela previdência da União. Esta proposta visa implementar um rigor financeiro extremo e limitar o pagamento de precatórios, agravando a precarização das condições de aposentadoria e prolongando a espera por indenizações. Esta medida faz parte de uma agenda promovida pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que orienta gestores municipais (inclusive a prefeita Sheila Lemos, adepta da entidade) a reduzir direitos, sucatear o serviço público e garantir superávits em benefício de seus interesses políticos e econômicos.
O Simmp convoca todos a se unirem a nós neste ato de denúncia e reivindicação. Este é um momento para desmascarar a falsa independência que nos é vendida e exigir um sistema verdadeiramente justo e equitativo. Vamos às ruas para lembrar que, enquanto alguns celebram a independência, muitos continuam à mercê da exploração e da injustiça.
JUNTE-SE A NÓS!
Data e hora: 7 de setembro de 2024, a partir das 10h
Local da concentração: av. Integração, em frente ao Centro de Atenção Psicossocial – Caps II Djalma Vieira e Silva (antigo gripário), Vitória da Conquista – Bahia.
