2024: o primeiro ano do feriado nacional do Dia da Consciência Negra e a luta contra o racismo estrutural

SIMMP

Redação

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Em 2024, o Brasil celebra pela primeira vez o feriado nacional do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, um marco importante na luta pela igualdade racial. A oficialização dessa data como feriado nacional é fruto da resistência histórica dos movimentos negros, que há décadas reivindicam o reconhecimento da importância da população negra na construção do país, assim como a necessidade de debater o racismo estrutural que ainda persiste na sociedade brasileira.

A escolha de 20 de novembro remonta à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, líder do Quilombo dos Palmares e ícone da resistência contra a escravidão. Mais do que uma homenagem, o Dia da Consciência Negra simboliza a luta contra séculos de opressão, invisibilização e violência sofrida pelas pessoas negras. Institucionalizar esse feriado é reconhecer que a história do Brasil foi marcada pelo genocídio da população africana e afrodescendente, mas que também é permeada por inúmeras contribuições sociais, culturais e políticas que seguem sendo silenciadas.

A importância desse feriado vai muito além de uma simples data no calendário. Ele representa um espaço de reflexão sobre o passado e o presente, abrindo diálogo sobre as cicatrizes deixadas pela escravidão e como essas feridas seguem abertas na forma de desigualdades raciais, violência policial, discriminação no mercado de trabalho e negação de direitos básicos como educação e saúde de qualidade. Para a comunidade negra, o feriado é um ato de resistência, um momento de exaltar suas lutas, conquistas e identidades, desafiando a supremacia branca que continua estruturando as relações de poder no país.

Vitória da Conquista, assim como outras cidades do Brasil, ainda carrega resquícios de uma sociedade que perpetua privilégios para poucos e nega o acesso a oportunidades para a maioria negra. No campo da educação, por exemplo, essa desigualdade é visível na falta de representatividade nos conteúdos escolares, na ausência de professores negros em cargos de liderança e nas condições desiguais que crianças negras enfrentam para acessar e concluir sua formação educacional.

A institucionalização do Dia da Consciência Negra como feriado nacional é também uma ferramenta pedagógica. Ela provoca a sociedade, as escolas e o poder público a refletirem sobre o racismo estrutural que ainda vigora e os desafios para a verdadeira igualdade racial. O Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista (Simmp) destaca que esse momento histórico deve servir de base para avançarmos na construção de uma educação antirracista, comprometida com a valorização da cultura e da história afro-brasileira, conforme estabelecido na Lei 10.639/03, que inclui o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.

Essa conquista é, sem dúvida, uma vitória, mas é apenas um passo em uma longa caminhada. O feriado do Dia da Consciência Negra precisa ser um momento de articulação e mobilização da sociedade para que as políticas públicas voltadas à igualdade racial avancem. É um chamado para o combate diário ao racismo e a todas as suas formas de expressão.

Para as pessoas negras, esse feriado não é apenas uma comemoração, mas um reconhecimento de séculos de luta e resistência. Representa a força de um povo que, apesar de todas as opressões, continua a construir o Brasil. A celebração oficial do Dia da Consciência Negra é um passo importante, mas ainda é necessário garantir que a luta pela equidade racial seja constante e que o Brasil, de fato, avance para ser uma sociedade verdadeiramente justa e igualitária.

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